Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçaram ontem, por meio da ata de seu último encontro, a sinalização de que a taxa básica de juros (Selic) subirá mais 0,75 ponto porcentual em junho, para 4,25% ao ano. O aumento daria continuidade à resposta, iniciada em março pelo BC, ao avanço das projeções de inflação, na esteira dos aumentos dos preços dos alimentos e de energia.
A intenção do BC é frear a inflação.
Por outro lado, a medida é criticada pelo setor produtivo do País, uma vez que sinaliza aos investidores que a aplicação de recursos em papéis pode ser mais vantajosa do que investimentos diretos em negócios.
Na semana passada, o Copom decidiu elevar a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 2,75% para 3,50% ao ano. Este foi o segundo aumento da taxa básica este ano.
No documento divulgado ontem, no entanto, o BC discutiu a necessidade de promover elevações subsequentes da Selic até o valor considerado “neutro” – ou seja, o nível em que o juro básico, em tese, não estaria mais “estimulativo” para a atividade econômica e, ao mesmo tempo, não seria um fator inflacionário.
Em sua linguagem técnica, o BC pontuou que elevações seguidas da Selic até o patamar neutro levariam as projeções de inflação a níveis “consideravelmente” abaixo das metas de inflação.
O BC persegue hoje metas de inflação de 3,75% para 2021 e 3,50% para 2022.
Veículo: O ESTADO DE S. PAULO
Editoria: ECONOMIA E NEGÓCIOS
Tipo notícia: Matéria
Data: 12/05/2021
Autor: Fabrício de Castro Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA