Entregas feitas com veículos autônomos e alterações na maneira como nos deslocamos pela cidade serão o “novo normal” do mundo que nascerá após a crise
Qual foi o último passeio que você fez antes do início da quarentena? O último filme visto no cinema? O último restaurante para o jantar em família? A última reunião presencial com a sua equipe de trabalho?
Não é exagero ou alarmismo afirmar que a sua vida de antes da pandemia de Covid-19 já não existe mais. Enquanto o desenvolvimento de uma vacina eficaz não estiver disponível para os bilhões de habitantes do planeta, precisaremos nos adaptar a um novo estilo de vida.
E isso já começa a impactar a mobilidade. Se alguns segmentos serão duramente afetados (alguns de maneira definitiva), como é o caso do setor aéreo, áreas ligadas ao desenvolvimento de veículos autônomos aceleram sua implantação nas grandes cidades.
No final de abril, a companhia sino-americana Pony.ai iniciou testes na cidade de Irvine, localizada na Califórnia,para realizar a entrega de mercadorias a partir de um Hyundai Kona elétrico que não necessita de um motorista.
De acordo com a empresa, dispensar um trabalhador humano no “último trecho” do deliveryproporciona maior conforto e segurança para quem receberá a encomenda — além de não expor outra pessoa ao risco de se deslocar pela cidade para realizar o serviço de entrega.
A Pony.ai acredita que a maneira como as mercadorias são transportadas sofrerá uma grande mudança mesmo após o fim da crise sanitária: só nos Estados Unidos, as compras online cresceram 49% entre março e abril deste ano, uma tendência que ganhará ainda mais relevância com o fortalecimento de gigantes do e-commerce como a Amazon — Jeff Bezos, o fundador da companhia, viu a sua riqueza aumentar em US$ 25 bilhões somente neste ano, chegando a um patrimônio de US$ 140 bilhões (ou R$ 815 bilhões na astrônomica cotação do câmbio).
A Amazon, por sinal, é uma das grandes companhias de tecnologia que está desenvolvendo pesquisas próprias para a implantação de sistemas autônomos de direção.
Além das grandes montadoras, Google, IBM e Uber também pretendem desenvolver uma tecnologia que seja capaz de fazer os carros “conversarem” entre si e interpretarem todas as sinalizações de uma via para que consigam rodar por conta própria.
Por enquanto, tal refinamento ainda depende de uma rede de dados mais estável(a implantação do 5G acelerará esse processo), além do estabelecimento deleis de trânsito que garantam segurança jurídica para as empresas desenvolvedoras de sistemas autônomos de navegação.
Para um futuro próximo, o mais provável é que os esforços para a automação fiquem concentrados nos veículos que percorrerão trechos curtos para entregas, o que pode incluir vans e utilitários.
Fonte : Auto Esporte
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