No Brasil, companhia registra sua maior retração e País cai no ranking global da marca
Definitivamente 2020 não foi um ano bom. Para o Grupo Renault, a crise gerada pela pandemia derrubou os resultados e fez com que as vendas fossem 21,3% menores com relação a 2019, quando a companhia já havia anotado queda, embora em escala muito menor (leia aqui). Dados preliminares divulgados na terça-feira, 12, apontam que o volume total das vendas globais em 2020 não passou de 2,95 milhões de unidades: no ano anterior, este número foi de 3,75 milhões.
“A pandemia teve um forte impacto em nossas vendas no primeiro semestre do ano”, argumentou Luca de Meo, CEO do Grupo Renault. E embora a empresa tenha notado bom desempenho no mercado de elétricos e híbridos na Europa, o executivo indica que foi um período de maior resiliência e reforçou que o grupo tem como objetivo reverter seus resultados. A empresa manteve sua política comercial, que agora privilegia a lucratividade.
“Agora estamos focando na lucratividade ao invés do volume de vendas, com uma margem unitária líquida mais alta por veículo em cada um de nossos mercados. Os primeiros resultados já foram visíveis no segundo semestre de 2020, especialmente na Europa onde a marca Renault avança nos canais de venda mais rentáveis e fortalece sua liderança no segmento elétrico”, afirmou Luca de Meo em um comunicado. |
Segundo o vice-presidente sênior de vendas, Denis le Vot, este início de ano já se mostra mais promissor: “Estamos começando 2021 com um nível mais alto de pedidos do que em 2020, um nível mais baixo de estoque e um posicionamento de preço mais alto em toda a gama”, afirmou.
GRUPO RENAULT PERDEU MAIS NO BRASIL |
Entre os mercados em que atua, o Grupo Renault registrou sua maior queda no Brasil, onde as vendas caíram 45% em 2020 na comparação com o ano anterior, para pouco mais de 131,4 mil veículos, volume que considera a soma de automóveis e comerciais leves.
Com este resultado, a participação de mercado da Renault caiu 2,2 pontos porcentuais no período de um ano, passando de 9% em 2019 para 6,8% no fechamento de 2020.
Em outros mercados, como Rússia e Índia, o grupo registrou quedas muito menores, de 5,5% e 9,4%, respectivamente. Enquanto isso, na Coreia do Sul, a companhia surpreendeu ao aumentar suas vendas em 14,2% – em 2019, seu resultado já havia sido positivo, com alta de 5%.
MERCADO DE ELÉTRICOS ALIVIA CRISE |
Em contramão da crise econômica global, o mercado de elétricos continuou elevando sua representatividade em 2020. Na Europa, o Grupo Renault vendeu 115,8 mil veículos 100% elétricos, o que representa mais do que o dobro (+101,4%) do total emplacado no ano anterior.
O Zoe foi o automóvel mais vendido, com 100,6 mil unidades, enquanto o Kangoo Z.E. liderou nos utilitários. Para 2021, a empresa pretende ampliar a gama com os lançamentos de Renault Twingo Electric e o Dacia Spring.
Entre os híbridos, as novidades ficarão por conta dos modelos Renault Arkana E-TECH híbrido, Captur E-TECH híbrido e Mégane sedan E-TECH híbrido recarregável. No mercado europeu, a marca possui mais de 30 mil unidades vendidas, representando 25% deste mercado.