5 dezembro, 2024

Vendas de carro popular seminovo e usado sobem

As consequências da pandemia de Covid-19, entre as quais a falta de insumos para o mercado automotivo, que desabasteceu concessionárias em todo o País e derrubou as vendas de veículos zero quilômetro, têm provocado efeitos em cascata também no segmento de seminovos e usados . Ao mesmo tempo que as vendas continuam em elevação e o giro dos estoques segue acelerado, o perfil do consumidor começa a mudar e há disputa por modelos populares.

A percepção é do vice-presidente da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg), Roney Fernandes. Segundo ele, o mercado de seminovos vem numa crescente há alguns meses, o que também já reflete em escassez .

“Precisamos lembrar que o seminovo é o zero de ontem. Esse impacto do veículo novo já chega para nós. Há muita procura por seminovos (até três anos de uso) e usados e alguns modelos já começam a faltar. Se antes da pandemia o giro de pátio era cerca de 20 dias, hoje, dependendo do modelo, não chega a uma semana, podendo ocorrer em horas”, conta.

Isso tem acontecido por uma série de fatores. Há a mudança de perfil dos consumidores que, com a renda mais apertada, têm buscado alternativas mais em conta ; a opção por não compartilhar transporte, por uma questão sanitária diante do cenário pandêmico; e até mesmo a descontinuidade da fabricação de modelos populares por parte das montadoras.

“As montadoras estão focando em outros modelos, como os utilitários esportivos (Suvs). Isso limita o poder de compra das classes C e D, que talvez pudesse comprar um veículo zero popular e acaba tendo que migrar para o seminovo”, explica.

Prova disso são os números da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). No acumulado do ano até maio, a venda de seminovos e usados aumentou 53,3%, passando de 491.368 unidades em 2020 para 753.084 neste exercício .

Apenas em maio foram comercializadas 166.987 unidades, um aumento de 17,4% em relação a abril deste ano (142.181). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando foram 87.684 unidades vendidas, foi registrado um aumento de 90,4%.

Sobre o desempenho, Fernandes lembra ainda que outros motivos têm levado ao incremento das vendas, como o ajuste mensal nos preços dos carros zero quilômetro feito pelas montadoras e o excessivo prazo de entrega. “Há outros benefícios como emplacamento, impostos quitados, e, muitas vezes, garantia do fabricante “, cita.

Entre os modelos mais vendidos em Minas durante o mês passado, os dados da Fenauto confirmam os conhecidos “populares”: o Gol, da Volkswagen, lidera a lista com 11.730 unidades vendidas no Estado, seguido pelos modelos da Fiat Uno e Palio com 8.938 e 8.314 transações realizadas, respectivamente, no último mês. Revendedoras fazem vendas virtuais

Os números comprovam ainda que, mesmo com a restrição do funcionamento das lojas físicas de atividades consideradas não essenciais como forma de conter a disseminação da Covid-19 e o recente fechamento do comércio em grande parte de Minas Gerais, por meio da imposição da onda roxa do Plano Minas Consciente, o setor tem sido resiliente .

De acordo com o dirigente da Assovemg, isso tem sido possível em função das práticas digitais já adotadas por muitas revendedoras. ” Grande parte da negociação hoje é feita de forma totalmente virtual. As empresas já se digitalizaram, principalmente as da Capital e RMBH, oferecendo vídeos, fotos e até mesmo formalização de contratos. Por isso, independentemente do funcionamento físico, as vendas são concretizadas com sucesso”, finaliza.

Veículo: DIÁRIO DO COMÉRCIO ONLINE – MG 
Editoria: 
Tipo notícia: Matéria
Data: 16/06/2021 
Autor: Mara Bianchetti Magali Simone Fernando Righi Mara Bianchetti

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