18 setembro, 2024

O que a Geração Z espera das empresas automotivas e de mobilidade

#AMME 2022, realizado por Automotive Business, debateu oportunidades para o segmento se conectar com público jovem

Ativa, conectada e socialmente responsável. Essas são algumas palavras que definem como deve ser a mobilidade urbana para a Geração Z, compposta por pessoas nascidas entre a segunda da metade dos anos 1990 e 2010. Diferentemente dos seus pais e mães, esses jovens não pensam no carro próprio como um objeto de desejo ou necessidade. Então, como o setor automotivo pode se relacionar com esse público?

Algumas oportunidades foram apresentadas nesta semana durante o #AMME – Automotive & Mobility Marketing Experience 2022, promovido por Automotive Business, no hotel Sheraton WTC, em São Paulo (SP). “A Geração Z tem a ideia de que empresas devem oferecer soluções, mais do que produtos”, afirmou o sócio-fundador da consultoria de inovação e design Questtonó Manyone Barão di Sarno, que apresentou no evento um estudo sobre o comportamento desses jovens em relação à mobilidade.

“Para se conectar com eles, as empresas precisam oferecer soluções na mobilidade urbana que vão além do carro, ainda que esse seja o produto principal das montadoras, e estabelecer uma relação entre marca e cliente que se valida todos os dias.”

Mobilidade ativa

Segundo uma pesquisa feita pela Questtonó com moradores de São Paulo, entre 15 e 20 anos, das classes A e B, a mobilidade ativa (como bicicletas ou andar a pé) é muito valorizada. “A Geração Z foi muito controlada pelos pais quando era mais nova e hoje usa a mobilidade urbana para explorar e ter uma experiência real com a cidade”, explicou di Sarno.

Para esse público, fazer esforço físico ou ficar suado depois de percorrer um trajeto de bicicleta não são problemas, já que esses jovens têm um modo de vida mais ativo.  

Além dessa maneira de se deslocar, a conectividade é muito importante. A Geração Z é a primeira geração nativa digital, que já nasceu conectada e desfruta da facilidade dos aplicativos para se locomover, seja Uber, Google Maps ou apps do transporte público. Por isso, di Sarno aponta que a grande aposta para o setor automotivo é incentivar a mobilidade intermodal. “O automóvel deve ser visto como algo dentro do mundo conectado e inserido em um contexto de mobilidade intermodal, e não como uma oposição ao transporte público ou à mobilidade ativa”, disse.

A Geração Z quer comprar carro?

A posse do carro fica em segundo plano. “A relação que hoje a indústria automobilística estabelece com o cliente é a de posse do carro, mas isso não funciona com a Geração Z.”, afirmou o palestrante.

“Essa geração passa por um cenário de insegurança muito maior do que o que a nossa geração viveu, com guerra, pandemia, crise ambiental, crise econômica… é difícil para eles firmar uma relação muito longa, como se comprometer com o financiamento de um carro por 5 anos.”  

Segundo o especialista, esses jovens se preocupam ainda em se relacionar com marcas que têm responsabilidade ambiental e social. “A empresa tem de ser lida como uma marca que provê soluções para o planeta e não problemas. É uma relação a longo prazo, na qual esse público precisa se sentir representado desde agora para que, no futuro, seja mais fácil criar uma conexão emocional e talvez despertar a necessidade dessa geração de ter um automóvel próprio.”

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